Cigarro acaba com a pele – mas tem jeito

 

Plano A: parar de fumar já. Plano B: entrevistamos um time de especialistas para ajudar a amenizar os efeitos do fumacê no seu pobre rostinho.

Por Karina Hollo

 

Que o cigarro não faz bem para a saúde, a gente sabe muito bem. Que ele também danifica – e bastante – a pele, tampouco chega a ser uma novidade. Mas a influência do tabaco sobre a saúde de nossa pele é tamanha que, segundo pesquisa realizada na Santa Casa de São Paulo, as rugas em fumantes são 38% mais evidentes do que em não fumantes.

“Fumar produz vasoconstrição periférica, o que diminui o fluxo sanguíneo responsável por nutrir o tecido cutâneo", explica Roberta Padovan, médica pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética. 

 

Aí está. O resultado é que a pele também perde luminosidade e fica amarelada e flácida com o passar do tempo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Dois anos a mais no RG das fumantes

Por essas e por outras, fumantes aparentam ter no mínimo dois anos a mais do que sua idade real. “O consumo de cigarro induz ao envelhecimento", confirma a Dra. Roberta. 
 
Quer mais? O tabagismo dificulta a absorção dos ativos dos cosméticos que você aplica no rosto. “A nicotina (apenas uma das substâncias tóxicas presentes no cigarro) estimula o estresse oxidativo e libera mensageiros que vão causar inflamação na pele e prejudicar a função da barreira cutânea. Isso compromete a hidratação e favorece o aparecimento de rugas e flacidez”, explica a dermatologista. 
 
O cigarro é uma grande fonte de substâncias tóxicas que aumentam a produção dos radicais livres, atrapalhando o funcionamento natural da pele e inibindo a produção de colágeno. 

O resultado é pele mais seca, opaca, com rugas e manchas. 

"Além dos cravos e espinhas se tornarem mais evidentes, os poros tendem também a ficar mais dilatados", avisa Amilton Macedo, dermatologista que atua há mais de 28 anos na área de medicina preventiva, em São Paulo.

 

Mais flacidez e muitas rugas

Como se não bastasse, o fumo também é responsável por causar a deterioração acelerada das fibras de colágeno e elastina responsáveis pela sustentação da pele. "O rosto adquire um aspecto acinzentado, sem brilho, com a presença de rugas e vincos na região dos olhos e numerosas linhas de expressão na bochecha e mandíbula. Além disso, há a perda do contorno facial, o que culmina em olheiras profundas, sulcos mais proeminentes, mandíbula sem definição e maçãs do rosto caídas”, alerta Roberta. 
 
3 tratamentos para reverter o quadro

Se você parou de fumar…

1. "Pode começar aplicando cremes e loções à base de ácido retinóico e ativos hidratantes, bem como lançar mão de peelings químicos, que são antipoluição e antioxidantes e fortalecerão a pele contra esse tipo de agente agressor", recomenda o Dr. Macedo.
 
2. "Além disso, existem diversos tratamentos para recuperar o contorno facial, como preenchimentos injetáveis, lasers e radiofrequência microagulhada. Todos  melhoram a qualidade da pele”, ensina Roberta.

Um dos tratamentos mais indicados para rejuvenescer a pele de fumante é o Pico Ultra 300, no modo de tratamento ultrafracionado. 
 
"Como consequência do aspecto de envelhecimento causado pela destruição e redução de fibras elásticas e colágenas, é comum haver hiperpigmentação. O laser Pico Ultra 300 promove uma reorganização dessas fibras, além do aumento da produção dessas proteínas de sustentação da pele”, explica a dermatologista Letícia Bortolini. No geral, são feitas três sessões, uma a cada 30 dias.

3. Outra opção para renovar o colágeno da pele consumido pelo cigarro é o ultrassom microfocado, capaz de combater a flacidez e devolver firmeza. “As ondas de ultrassom fazem micropontos de coagulação sob a pele para tonificar o tecido cutâneo, estimular a produção de colágeno e conferir efeito lifting, o que dá fim à flacidez na área tratada”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance.

 

Se você ainda fuma

A recomendação, lógico,  sempre é parar de fumar.  Tabagismo causa danos não só à pele, mas a todo o corpo. "O hábito deixa a pele vulnerável a doenças como psoríase e dermatites; diminui o calibre dos vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição; reduz as fibras de colágeno e elastina, que dão firmeza e elasticidade, e os níveis de vitaminas A, C e E, antioxidantes naturais", alerta o Dr. Amilton. Ainda assim, para  melhorar a qualidade da pele de quem fuma…

1. Pode-se apostar no uso de cremes à base de ácido retinóico, hialurônico e antioxidantes, como a vitamina C. 

2. Em clínica, utiliza-se a toxina botulínica e preenchimentos para a atenuação de linhas de expressão. 

3. Para  reduzir manchas, o mais indicado é a luz pulsada. 

4. Outra recomendação é utilizar cremes de hidratação facial intensa diariamente. 

5. E loções tônicas para equilibrar o pH da pele e melhor a absorção dos cosméticos, revitalizadores locais, como o ácido glicólico, e estimuladores orais de colágeno. 

6. Opte por filtros solares com alto fator de proteção e com cor.

7. "Tratamentos em  consultório, como o Fotona laser, auxiliam na recuperação da pele e tratamentos das manchas, além de produtos à base de vitamina B3, que ajudam a reter a água na pele, evitando o seu ressecamento", sugere a especialista na área de dermatologia e medicina estética Mariana Veloso. 

Mas a última dica contra os malefícios do cigarro talvez seja a mais simples e prazerosa: dormir bem. Ou quem nunca ouviu falar do famoso "sono de beleza"? Se joga nessa cama e boa noite! 

 

Karina Hollo é editora de beleza há mais de 15 anos, com matérias publicadas nos principais veículos brasileiros, como L'Officiel, Marie Claire, Bazaar, Vogue, Estadão Online, Claudia Online, E!, Beleza na Web, Cosmopolitan, Boa Forma, Claudia, Elle, além de ser uma das autoras do livro A História dos Cachos e Cacheados no Brasil, para a Salon Line.