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Aura60+
16/05/2022

Vaidosa e sensual depois dos 60. Pode?

 

Por que sentir-se bem na própria pele, a ponto de expressar vaidade e sensualidade saudáveis, incomoda tanta gente quando essa atitude vem de mulheres maduras? Fomos em busca de respostas
 

Por Roseane dos Santos

 

“Uma mulher madura jamais poderia tirar foto de espartilho”. Vestida com uma peça assim e pronta para um teste fotográfico, essa afirmação soou mais como uma sentença quando a ouvi em uma agência de publicidade.

Aos 52 anos, fui convidada para participar de uma seleção para modelo comercial, categoria que não segue os padrões de altura, peso, idade.  Descobri a duras penas que o mercado parece ainda não enxergar que uma mulher madura pode ser sexy e vaidosa. 

 

 Sérum Facial Renovador

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O pior foi constatar que não sou a única atingida pela discriminação. Maria Rosa Von Horn, 64 anos, modelo e fundadora da agência para mulheres 50+ Fifty Models, notou indiferença ao postar na sua página do Facebook uma foto que fez para uma campanha de moda íntima. 

“Não fui criticada, mas também não fui elogiada e resolvi falar sobre o preconceito velado que a maioria das pessoas tem contra mulheres 60 mais que se sentem bem com sua beleza madura”, diz Maria Rosa. 

E ela continua, explicando: “É como se só pudéssemos ser sexy, bonitas e desejáveis enquanto menstruamos e podemos gerar um filho. Belas apenas quando jovens e para atrair o macho acasalador. Ao entrar na menopausa, não somos mais interessantes porque não procriamos”, desabafa. 

Para o psicólogo Marco Tommaso, o estigma persiste: apesar da emancipação da mulher, a cultura segue sendo machista. “O preconceito existe. Há uma desqualificação da sexualidade feminina a partir da menopausa."

"Veja o exemplo de uma cliente minha de 25 anos. O pai enganava a mãe com mulheres bem mais jovens, e ela pediu a separação. Um bom tempo depois, essa mulher começa a se relacionar com um novo parceiro e ouve de minha cliente: Mãe não tem sexo."

"Olha a idade dela, me diz. E eu argumento: Mas seu pai também tem vários relacionamentos. E ela me responde: Ele é homem", relata Tommaso.

Além disso, o terapeuta chama a atenção para um tipo de estereótipo que Maria Rosa e eu vivemos na pele: a associação de beleza com juventude. “Isso pode fazer com que a autoestima da mulher seja afetada. A boa notícia é que já há um número bem maior de mulheres de mais de sessenta anos que assume a sexualidade e a sensualidade”, pontua Tommaso. 

 

Hormônios e o psicológico

A ginecologista Stephani Caser, head de saúde da mulher da Vibe Saúde, healthtech que faz atendimento via telemedicina, lembra que o processo de envelhecimento feminino engloba mudanças hormonais que são mais perceptíveis a partir da menopausa. 

"Porém, quando falamos em saúde sexual, temos que entender que, se os hormônios são muito importantes, os aspectos psicológicos e o estilo de vida têm peso tão importante quanto”, alerta.  

A médica destaca que mulheres com alimentação rica em vitaminas e pobre em açúcar + a prática regular de atividade física (e cabe ressaltar que sexo é atividade física) conseguem liberar outros hormônios que amenizam os efeitos da queda dos hormônios sexuais.
 
“Isso contribui para ter mais disposição no dia a dia e uma vida sexual mais prazerosa. Outras mudanças que possam acontecer, como o ressecamento vaginal, devem ser conversadas com seu médico para serem contornadas. Não há nada de errado em investir em um lubrificante, independente da nossa idade cronológica”, indica. 
   
 

Homens também envelhecem

Stephani Caser ressalta que os homens também passam por mudanças, como o tempo da ereção, e está tudo certo. Vale aqui a conversa do casal e quebrar eventuais tabus. “Uma boa dica é se reinventar para explorar mais o desejo sexual reativo, ou seja, aquele que responde aos estímulos. Não só o tato, mas também passar o perfume favorito, usar uma roupa nova, se sentir bem com você mesma, fazer massagem”, fala a ginecologista. 

Maria Rosa sente falta de a exuberância das mulheres 60 + ser mais divulgada na mídia. “Reparou que nem maquiadas devemos estar? Marcas de beleza e a moda enaltecem as  mulheres maduras de cara lavada, usando tênis, sem qualquer glamour;  por que ser feminina, arrumada, cabelos tingidos, depilada na maturidade incomoda tanto? 

 

Vovó sensual

Mas Tommaso acredita que, embora o preconceito exista, existe também a evolução em relação às décadas anteriores. "Basta lembrar de Mulher de 30, de 1957, que "condenava" a mulher à velhice a partir dos 30 anos."

“Vamos comparar as avós antigas, que ficavam costurando, fazendo crochê, com uma avó moderna. Hoje, ela se produz, se cuida, vai à academia.  Sim, existe o preconceito em relação à menopausa. Mas não dá para confundir a parte hormonal (ela não reproduz mais) com o desejo sexual (que se mantém).”

O terapeuta acredita que não é um movimento cultural definitivo, mas as possibilidades de a mulher se assumir sexualmente ativa, embora não mais fértil, aumentam a cada dia.

Verdade. Parece que já estamos a anos-luz da tal Mulher de 30, não?

 

 

Roseane SantosRoseane Santos é repórter especializada no mundo feminino, colaboradora da plataforma Universa do UOL, com passagem pelas revistas Boa Forma, Claudia, Ana Maria, Contigo, Quem Acontece e veículos como Folha de S.Paulo e Portal Terra..

 

 

 

 

 

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